segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

LEIA NO INÍCIO DE 2019


Às vezes presencio um tipo de cena cômica e comum em minha cidade: homens idosos ou em alguns casos, de meia idade, dirigindo camionetes gigantescas e caras, como carruagens nobres em meio à plebe urbana de trabalhadores, andarilhos e estudantes. 

Em grande parte dos casos, revestidos por roupas caras, juntamente com uma camada visível de gordura subcutânea abdominal. Ou mesmo, visceral – pessoas magras de aparência, mas que carregam por dentro de seus corpos, tantos ou mais problemas que um obeso de aparência.

Qualquer conhecedor da filosofia cristã interpretaria um caso destes fácil: o pecado da gula (intercalado com alguns outros como orgulho e avareza, talvez) em sua melhor representação – a gula que nem sempre está atrelada à comida, mas aos excessos, apontam os antigos pensadores cristãos.

E isto ainda retrata apenas um pré-conceito: não se sabe o que ainda mais lá pode estar. Dando um palpite mesquinho atrelado à ciência, talvez pressão alta, vícios, estresse, problemas emocionais, colesterol, dificuldade para caminhar...como se todos os dias que estes homens levantassem da cama, carregassem em suas próprias costas, tudo aquilo que têm, tendo então que prover uma odisseia para chegarem ao banheiro e escovarem seus dentes em suas pias automatizadas e de material caro.

Ninguém lhes tira a moral como boas ou más pessoas: talvez possam ser as mais agradáveis e benevolentes do mundo.

Porém, suas filosofias de vida acabaram fazendo, inconscientemente ou não, que fossem as piores pessoas, não para mim ou você que lê, mas para a pior pessoa do qual poderiam assim agir: eles próprios.

Casos individuais e talvez isolados como estes, nem são os que mais assustam e sim como algumas culturas os enxergam: bem-sucedidos, exemplos de determinação e liderança, referências das quais tantos querem ser como tal. Eles se tornaram o símbolo ilusório de felicidade e estabilidade dos tempos caóticos e líquidos atuais, como se todos aqueles que a este nível chegam, acabam por se tornarem deuses louvados por todos, com poderes burocráticos inimagináveis.

E o que é pior: isto não deixa de ser verdade.

No entanto, quem parece ter certa noção do que a vida representa e do valor que devemos dar à ela, já percebeu que talvez estas pessoas não sejam tão bem-sucedidas assim; mais do que isto – que são pessoas que estão em uma autêntica ladeira rumo à própria destruição, caso não mudem sua forma de viver.

É difícil conciliar todos os pontos da vida. Profissional, pessoal, social...eu até compreendo.

Porém, creio que este dito sucesso começa pelo mais sagrado bem humano: o corpo.

Somos aquilo que agimos, que pensamos, que comemos, que sonhamos...e se não tivermos uma "máquina" forte e robusta para enfrentar a caótica vida urbana, as possibilidades de fracasso são grandes – e não, não falo de fracasso profissional. É lá dentro, inclusive, que se localiza o combustível disto tudo – nossa mente, alma, espírito. Se tudo isto não for cuidado da forma que realmente merece, tudo que passamos e lutamos entra no rumo do em vão – tanta determinação para aos meus cinquenta anos, terminar tudo em um hospital, deixando minha família aos ventos. 

Refletamos sobre o que devemos priorizar nesta vida. Cinquenta foi só uma figura, mas pode ser quarenta, trinta...tudo depende de quanto valor damos a nós mesmos.

E não falo apenas de alimentação, exercícios, terapias ou descanso. Falo também de amor e de paz. De que as dezesseis horas em média que passamos acordados durante um dia, não carreguemos um piano, mas um sorriso – um sorriso que aponta como me sinto com meu corpo, meu trabalho, meu espírito. Minha vida.

Talvez você não precise de tanto assim, no quesito material. Independente, jamais deixe de cuidar dele – teu corpo, onde reside tua mente. Aqueles que fazem tudo acontecer.

Todos os dias. Todas as horas.

No final, ainda que não se tornes um símbolo de sucesso ao mundo, satisfará quem mais tu precisa para sentir que tudo valeu a pena:

Tu próprio. Bom início de ano.

Psicólogo Jean Fernandes, contato: (54) 99171 9492

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