segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

ORGANIZANDO O CONHECIMENTO



Na era das "fake news" ou falsas notícias, muitas pessoas têm tido atitudes confusas ou mesmo ausência de atitudes no que se refere ao aprendizado – a arte de adquirir conhecimento.

Acredito que para que este problema seja resolvido, devemos começar das raízes, captando sua essência e por fim gerando uma mescla com a realidade atual.

É isto que este texto buscará fazer.

Inicialmente friso sobre o conceito de uma notícia – trata-se uma forma de conhecimento que possui o objetivo principal de ser ouvida e compreendida. O famoso, respeitado e hoje, questionado, educador brasileiro Paulo Freire definiu que toda forma de expressão humana poderia ser considerada conhecimento, afinal, por mais simples que fosse, dependia da habilidade cognitiva de seu portador para que ele o possuísse. Em outras palavras, um médico tratando de um infarto utiliza conhecimento – como um pescador que sabe os rios, mares e métodos para obter sucesso em sua caçada.

As notícias falsas foram efeitos colaterais da internet, dos quais sempre foram uma espécie de objetivo natural humano – fazer com que outras pessoas pensem da mesma forma que ele.

Assim, a desinformação acabou se tornando uma espécie de ópio do povo, do qual buscamos, ao nos deparar com as notícias, repassá-las com o objetivo de ideologizar o próximo, sem se importar com a credibilidade – basta que eu concorde, mesmo sendo mentira.

Outra consequência grave trazida por tudo isto foi desorganização do conhecimento, fazendo que um mecânico de ensino médio se sinta no direito de questionar um nutricionista de ensino superior, sobre formas saudáveis de comer – ignorando completamente os mínimos cinco anos que o cientista estudou o tema, naturalmente se especializando. Expandindo seu conhecimento.

Assim, o pensador contemporâneo francês Edgar Morin, aperfeiçoa o pensamento de Freire, concordando que sim, tudo que exige cognição é saber, mas que ao mesmo tempo, é necessário uma plena organização para que mantenha a funcionalidade. Assim sendo, conhecimento sem organização, sem credibilidade, segundo Morin é um conhecimento hierarquicamente inferior e disfuncional. E assim se definem as fake news – como a desvalorização dos diplomas e níveis de experiência prática. Desorganização do conhecimento, concluindo.

Por isso é importante quando buscamos o saber, checar sempre a credibilidade do veículo que nos passa o conhecimento – ainda que isto pode dar mais trabalho que imaginamos.

Hoje, conhecimento é organização. É funcionalidade. É "indeologismo".

O resto é lixo dialético.

Psicólogo Jean Fernandes, contato: (54) 99171 9492

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