sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

TEXTO TÉCNICO - AS FALHAS DA NEUTRALIDADE E DA ATIVIDADE


Este material é um artigo dedicado à profissionais principalmente da área da saúde. Mas nada impede que qualquer pessoa desfrute de seu conteúdo. Grato.

De forma voraz, os grandes aprendizados provém da combinação harmônica entre prática e teoria - ambos em sua medida certa para cada situação. E não, nenhum possui mais importância do que outro. É apenas circunstancial. No geral, quanto mais de ambos, melhor. E quanto mais este material se expande para campos desconhecidos, melhor ainda. A chave do conhecimento é não fechar a mente para o descobrir.

Monsieur Jean-Jacques Lacan, psicanalista, afirmava sobre a plena impossibilidade do ser humano de ser totalmente neutro e imparcial em qualquer atividade que fosse - o individual sempre estaria ali, de forma consciente ou não. Porém em suas metodologias, Lacan e seus discípulos sempre trataram de manter uma boa distância afetiva do paciente para evitar os problemas transferenciais, como o tratamento médico se tornar uma relação pessoal - algo antiético e quase sempre, patológico.

No geral, algo paradoxal se pensarmos na relação individualidade presente x distância prática.

Lacan poderia estar até correto, mas no quesito prático, acabou exagerando, não se permitindo colher todas as coisas boas e de suma importância que o afeto/vínculo entre paciente e terapeuta traz. Seu pensamento, sem dúvidas é uma referência, mas a distância em excesso é desnecessária, atrasa e pode ser até disfuncional. Concluo que sim, é necessário uma aproximação com o paciente para seu bem-estar. Trata-se de equilíbrio e cintura, nada mais.

Do outro lado, vemos o sistema de organização das psicoterapias cognitivas.

Muitas delas trabalham com questões como a mudança comportamental sendo uma meta do próprio psicólogo - como se ele, mesmo que de forma indireta, forçasse o mesmo a ir por suas próprias interpretações. E somente por elas.

Ora, o único que sabe a mais adequada interpretação e o ritmo para lá chegar é o próprio paciente. Ainda que dê mil voltas ou que nem lá mesmo chegue, quem deve gerar esta realidade é o paciente. Caso contrário, ali não estará acontecendo uma psicoterapia, mas uma "psico-outra-coisa".

Pode até ser que o paciente se sinta bem com as mudanças induzidas pelo psicólogo, no entanto, como foi algo tendencioso, sempre correrá o risco de que elas não pertençam à sua individualidade legítima - sendo assim nada mais que pontos de vista de uma pessoa aplicados em outra que, frágil, deixa sua mente à mercê da primeira. Tudo isso podendo trazer consequências.

O maior de todos os males é o extremismo.

Nem menos, nem mais. O Caminho é sempre pelo Meio.

Psicólogo Jean Fernandes, contato: (54) 99171 9492

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